Hoje acordei e chovia, saí de casa para almoçar e a viagem foi à chuva, abrigado pelo carro. Almocei, nem sei se chovia, voltamos a casa com chuva e ainda chove.
Abençoada chuva.
Ainda só chove faz uns dias, tem de continuar a chover durante o outono todo, inverno e primavera para a situação voltar ao normal. Recuperar os lençóis freáticos e os rios voltarem a ter água enchendo as muitas barragens.
O que me fez vir aqui escrever isto foi ter lembrado durante a viagem para o restaurante, uma entrevista a um investidor alentejano, digo alentejano, mas o homem do Alentejo só deve saber onde está a propriedade. Um daqueles que dá a cara por investimentos feitos por fundos de investimento que o único objetivo é o lucro. Desde que exista lucro, não interessa se as suas culturas estão a contribuir para a desertificação do Alentejo. Tudo vale em nome do lucro.
O cidadão, nem digo homem, dizia que os rios do norte do país deveriam ser desviados para o sul, porque a sua água vai para o mar e não serve de nada, mais valia ser desviada para regar a sua plantação, nem sei do quê. É isto que fazem os espanhóis e já sabemos o que se passa com o Tejo, agora querem a água do Douro.
Depois de me ter indignado, já tinha ficado indignado da primeira vez, pensei o seguinte:
Será que este cidadão quer chuva durante uns 6 meses seguidos, mais a geada, o frio húmido que entra pela roupa e parece que nada nos aquece, a casa com água a escorrer pelas paredes, vidros embaciados de casas e carros, roupa que se estende e não seca… durante semanas.
Será que este cidadão quer isto todos os anos ou só quer a água dos rios?
Pois bem. Como acho que só quer a água dos rios eu digo: vá beber água do mar! Que já está temperada.
Abençoada chuva.
Sejam felizes.