Novo Ano

Neste dia, nesta semana, toda a gente decide desejar um Feliz Novo Ano, mas a única coisa verdadeiramente nova é o calendário oferecido pelo sindicato, pelo menos o meu foi oferecido por um sindicato.

Para mim o ano começa com o nascer do primeiro dia após o solstício de inverno. O momento em que as trevas do inverno sucumbem à luz do verão. Marca a viragem para os dias maiores, para o calor, para o sol, o fim de ciclo e o início de outro.

Mas como vivo num país de gentes rendidas a um calendário e a regras mercantilistas, não posso de deixar os meus votos para este “Novo Ano”.

Desejo-vos saúde e força para trabalhar, e que nunca voz falte bom vinho e pão na mesa.

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Sejam felizes e haja alegria neste dia.

Post Scriptum

Hoje acordei com coragem para partilhar o Post Scriptum de um capítulo encerrado.

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Deixei de pensar em ti, esqueci que já vivi para ti, hoje vivo para mim. A tristeza ficou lá trás, acabou.

Meu coração bate livre, a minha barba já não sente a dor da falta do teu mimo, não desespero  pelo teu regresso.

Já não espero ansioso o momento de ver o teu sorriso, já não existe o vazio da sua ausência.

Disse-te para seres feliz, e feliz espero que continues no teu caminho, o caminho que escolheste. Eu voltei ao meu, ao meu caminho.

Chegou a hora do adeus.

Adeus rapazinha.

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Momentos

Hoje saí de casa com o objetivo de aproveitar este último dia de outono para dar mais um passeio com a minha companhia de eleição, o meu carrinho lindo. Nada como dias frescos de sol para andar de cabrio.

Lá ia eu desfrutando do porto prazer que é sentir os extremos do vento, do sol, do barulho, de tanta coisa que só quem anda como eu entende, quando uma música que começou a tocar no rádio, da Feist, que me fez recordar que faz um ano que alguém me deu um presente de natal que nunca mais esquecerei.

Faz um ano que uma pessoa, a única pessoa que até ao momento deixei que me mimasse e que beijava de uma forma quase obsessiva, disse-me que já não sentia mais nada por mim, depois de muito ter dito que nunca me iria deixar de amar…

Fiquei a pensar nos passeios que tenho dado com o meu carrinho e que existem coisas que só conseguimos apreciar estando sozinhos, na liberdade de decidir sozinho.

Confesso que sinto saudade daquele mimo, mas prefiro estar como estou agora. Tão cedo não vai aparer uma jovem que convide para dentro desta minha esfera de liberdade, até porque não deve existir nenhuma que consiga ver e sentir a beleza como eu a sinto.

Que não estrague um dia perfeito de outono só porque o vento nos deixa gelados dentro de um carro aberto, só para dar um exemplo.

Mas como vim aqui apenas para deixar umas quantas fotos tiradas durante o passeio, vou-me calar. Espero que as entendam, as fotos.

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Não é todos os dias que tenho a liberdade de parar o carrinho e tirar umas fotos, pelo menos num outono normal isto não teria sido possível.

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Espero, sinceramente, que a menina esteja feliz como eu estou e consiga sentir alegria e ver beleza em pequenas coisas, coisas insignificantes.

Sejam felizes!

É fogo que arde

Uns minutos, ou horas, a trás partilhei a fotografia

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no facebook com o texto:

   Para queimar o que falta 😉

Mas a verdade é que já não existe mais nada para queimar. Vejamos:

– a idade queimou a paciência para aturar quem não me diz nada, já nem tenho daquela vergonha da juventude que não me deixava mandar à merda gente triste;

– gente vazia queimou a esperança de encontrar alguém cheio de algo mais que futilidade;

– uma doce mentira, de quem muitas vezes disse “te amarei para sempre”, queimou o terreno onde plantou e fez florescer a esperança onde já só existia deserto;

Agora só existe a garganta que arde com este fogo.

Agora só existe a minha vontade 😉

Uma tarde de sonho

O título deveria ser “porque mereço!”

Mereço, porque comecei a tarde às mãos de uma linda menina que me fez sofrer horrores armada de umas seringas e brocas. Nunca tinha assim deixado fugir umas lágrimas de tanta dor numa louca hora de prazer.

Mereço, porque depois de ter passado o resto da tarde a babar-me. Pelo menos era assim que me via, que sentia estar. Chego ao meu carrinho, já a imaginar o calor da lareira onde aqueceria o sangue, e me deparo com um pneu vazio. Troco o pneu por aquela coisinha amarela ridícula, também vazia. A lareira teve de esperar pelo socorro do pai mais o seu compressor de bolso. Neste momento já o sangue fervia do esforço da troca de pneus e da neura.

Esta noite mereço o calor de um bom tinto o do beijo quente da green fairy.

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Sejam felizes!